Mais de mil cidades estão situação de seca extrema ou severa no Brasil

Em comparação ao mesmo período do ano passado, 45 cidades estavam nesses níveis críticos de seca


Por Rota Araguaia em 24/07/2024 às 10:00 hs

Mais de mil cidades estão situação de seca extrema ou severa no Brasil
Reprodução: Defesa Civil/AM

Redação

A situação climática no Brasil atingiu um ponto crítico com mais de mil municípios enfrentando seca severa ou extrema, marcando um aumento alarmante em comparação ao ano passado. Segundo o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal, mais de três mil cidades estão afetadas por algum grau de estiagem, refletindo um dos piores cenários dos últimos anos.

O aumento na frequência e intensidade dos incêndios florestais é uma das consequências mais devastadoras dessa crise. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alertou que 2024 registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos 10 anos, resultado direto das condições climáticas adversas.

A seca, impulsionada pelo El Niño e pelo aquecimento dos oceanos em 2023, persiste apesar do fim desses fenômenos, afetando severamente estados como Amazonas, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins. No Amazonas, onde comunidades já se recuperavam de uma seca histórica, a situação se agravou com rios secando precocemente, isolando vilarejos e levando as autoridades a recomendarem o estoque de alimentos.

O impacto econômico é evidente na agricultura e pecuária, com perdas significativas nas safras de café, leite e outros produtos agrícolas essenciais para o país. No Sudeste, São Paulo e Espírito Santo estão entre os estados mais afetados, com todas as suas cidades enfrentando diferentes graus de seca, exacerbando a propagação de incêndios que devastam vastas áreas.

Em São Paulo, o Sistema Cantareira, vital para o abastecimento de água na região metropolitana, opera com apenas 63% de sua capacidade, enquanto cidades como Itu e Piracicaba implementam medidas emergenciais devido aos reservatórios em níveis críticos. No Espírito Santo, a redução drástica nos níveis dos reservatórios compromete seriamente o abastecimento de água potável.

No Centro-Oeste, o Pantanal, bioma de grande importância ambiental, enfrenta grandes incêndios devido à seca prolongada, com o rio Paraguai registrando os níveis mais baixos de água em quase seis décadas. Em Mato Grosso do Sul, o rio Perdido secou em várias partes, impactando diretamente o fornecimento de água para centenas de famílias e a produção agrícola, que agora depende de caminhões-pipa para sobreviver.

No Norte, estados como Acre e Rondônia declararam estado de emergência diante dos baixos níveis dos rios e das altas temperaturas, exacerbando ainda mais a crise hídrica e colocando milhares de pessoas em risco.

Com previsões incertas para o restante do ano, especialistas alertam para a necessidade urgente de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, visando proteger não apenas o meio ambiente, mas também a vida e a economia das comunidades afetadas por essa crise sem precedentes.



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